FABLABS - Facilitadores e Aceleradores da Inovação nas Empresas
FABLABS - Facilitadores e Aceleradores da Inovação nas Empresas
Autor: Vânia Pacheco, CATIM
TecnoMetal nº 256 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2022
Resumo
Conhecidos como “Laboratórios de Fabricação Digital”, os FabLabs têm assumido, nos últimos anos, um papel de destaque enquanto espaços de aprendizagem não formal, permitindo aproximar a comunidade, sobretudo empresarial, de ferramentas tecnologicamente avançadas, criando uma oportunidade para a inovação, a experimentação e a materialização de ideias inovadoras.
Este conceito surge associado a uma nova era tecnológica, marcada pelo digital, onde a cultura pela inovação, diferenciação e personalização colocam desafios à atividade e competitividade das empresas, principalmente das PME, que representam a maior fatia do tecido empresarial nacional. Ao contrário das grandes empresas, que podem facilmente recorrer ou integrar centros de investigação e inovação, permitindo-lhes acompanhar a evolução tecnológica e analisar as suas potencialidades e adequação à sua atividade, as empresas de menor dimensão, apesar de terem a mesma necessidade, não dispõem de recursos suficientes para fazer este acompanhamento dentro de portas.
Assim, o presente estudo pretende avaliar, por um lado, o papel dos FabLabs enquanto facilitadores do acesso, por parte destas empresas, a conhecimento e ferramentas tecnológicas e, por outro lado, enquanto aceleradores dos processos de inovação.
1.Introdução
O tema da transição digital encontra-se no topo das prioridades estratégicas do conjunto dos países da União Europeia [1], o que implica uma mudança cultural ao nível da nossa perceção em relação à tecnologia, às suas potenciais utilizações e potencialidades. As novas tendências tecnológicas, marcadamente digitais, estão a revolucionar as comunicações, a acelerar a globalização e a estimular a necessidade de obter o máximo conhecimento a partir dos dados.
Este tornou-se um tema incontornável para qualquer empresa que pretenda manter ou alavancar a sua competitividade. O recurso ao digital é, assim, indispensável para assegurar a máxima eficiência, a começar nos seus processos, passando pelas vendas, pelo apoio ao cliente, pela investigação e desenvolvimento, pela área financeira e, claro, pelo marketing.
A aposta, pelas empresas, na utilização da tecnologia para melhorar serviços ou produtos, captar novos mercados, reduzir custos e dar resposta a consumidores cada vez mais exigentes, que procuram bens personalizáveis, diferenciados e inovadores, continuará a ser determinante, particularmente em economias como a de Portugal, onde muitas PME apresentam limitações associadas à questão geracional, resistência à mudança, ou mesmo ao nível da qualificação necessária para absorver estas mudanças. [LER MAIS]